quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A trintona mais vista na internet.


E a "carinha" ficou trintona!!




Em setembro de 1982, o cientista Scott Fahlman, então com 34 anos,
acordou tarde. Como de costume, a primeira coisa que fez foi se
debruçar sobre o computador.

Exatamente às 11h44 do dia 19, disparou um e-mail para o fórum
on-line do qual fazia parte na Universidade Carnegie Mellon.

Nascia ali o primeiro emoticon da rede.

Seu objetivo ao criar "acidentalmente" o primeiro emotion era de evitar
mal-entedidos nas mensagens eletrônicas.

Assim quando uma mensagem contivesse um :-) seria uma piada, 
mas caso fosse um :-(  trataria de assunto sério.

Foto de GeneJPuskar/AP

Depois de tantos anos, o pai da carinha mais usada e conhecida
na internet declara que não ganhou nemum centavo com sua invenção.

Saiba mais lendo a entrevista dada à Folha:

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O pé não esquece.

Li esse artigo na Folha há alguns anos, hoje me lembrei do título, pesquisei e reescrevo para todos.


...em homenagem ao meu pai, que como Octavio foi um carioca autêntico.




O pé não esquece.


RUY CASTRO




RIO DE JANEIRO - Há dez anos, vi Octavio de Moraes na praia do Diabo, no Arpoador, de papo com um amigo. 
Octavio, cor de mogno, já tinha 70 e tantos anos. 
Era ex-craque do Botafogo, arquiteto aposentado e filho da cronista Eneida, autora do definitivo "História do Carnaval Carioca". 
De repente, uma bola de frescobol rolou a seus pés, atirada por um rapaz que disputava uma partida a 50 ou 60 metros dali. 
Os jovens pediram que ele a devolvesse.
Octavio nem respondeu. 
Enquanto conversava, fez um montinho de areia com o pé descalço. Ajeitou a bolinha e, com um chute de três dedos, jogou-a na raquete de um dos garotos, que mal teve de esticar o braço. 
E reatou o papo com o amigo como se não tivesse feito nada demais. 
Estupefato, concluí: o sujeito envelhece e suas pernas já não aguentam correr, mas há coisas que o pé não esquece. Uma delas, colocar uma bola, mesmo que de frescobol, a 50 ou 60 metros, em cima de um lenço, se preciso for.
Em sua breve carreira no futebol, Octavio fora artilheiro e campeão carioca pelo Botafogo em 1948 e sul-americano pelo Brasil em 1949. 
Pouco depois, trocou o gramado pela prancheta e pela praia. Certa vez em Copacabana, nos anos 50, para driblar a proibição de jogar pelada na areia, ajudou a inventar nada menos que o futivôlei. 
Belo currículo. 
Mas, se tantos o invejavam naquela época, era por namorar a cantora Elizeth Cardoso, admirada não apenas pela voz.
Em 2005, ouvi-o muitas vezes sobre Garrincha para meu livro "Estrela Solitária". 
Octavio não chegara a jogar com Garrincha, mas conhecia como ninguém a alma do Botafogo, no fundo a dele próprio.
Morreu na semana passada no Rio, aos 86 anos. 
Não tinha poupança, nem seguro, nem plano de saúde. 
Mas tinha muitos amigos, que não o esqueceram e foram com ele até o fim.


Fonte: FOLHA DE S PAULO - Segunda-feira, Outubro 26, 2009
 
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